domingo, 14 de agosto de 2016

Sweet little lies


Perante esta pequena peça de fraco jornalismo enviámos uma nota.....

À Direcção do  Semanário Sol

De acordo com a notícia publicada na v/edição de 13.08.2016, o Vereador Sá Fernandes garante que os jardins da Capital estarão todos arranjados até Fevereiro e que só faltam alguns “retoques no Jardim de S. Pedro de Alcântara e no Campo Grande”

Adiantam-se números, milhares de novas árvores e arbustos, esquecendo-se que as árvores são seres vivos e não objectos decorativos, denegando o seu valor ambiental só quando adultas, como se esses números (a confirmar no terreno um vez que são números já anunciados variadíssimas vezes pelo Vereador Sá Fernandes, e referidos como relativos a plantações feitas em 2015!) pudessem fazer esquecer as más práticas da CML ao longo de vários anos, traduzidas em podas e abates injustificados.

Entende, assim, a Plataforma em Defesa das Árvores esclarecer o seguinte relativamente a alguns dos jardins mais emblemáticos de Lisboa:

Jardim das Amoreiras – os canteiros continuam por arranjar, há cepos de árvores abatidas por retirar.

Jardim Alfredo Keil (Praça da Alegria) – todos os canteiros estão por arranjar, o lodão classificado foi podado selvaticamente (sem a autorização do ICNF), tílias abatidas, todas as caldeiras previstas para roseiras estão vazias e degradadas, não há nenhuma informação dos exemplares raros existentes, Árvores- de-fogo e paineiras.

Avenida da Liberdade – artéria principal de Lisboa – todos os canteiros destruídos, caldeiras vazias, árvores abatidas e não repostas, uma das mais belas colecções de palmeiras da cidade continua sem manutenção, lagos vazios e mutilados, calçada danificada.
Jardim do Príncipe Real, que está longe de ser apontado como exemplo a seguir, com árvores que não são repostas, árvores doentes e canteiros pelados, uns porque servem de campo de jogos, outros porque regados de forma ineficaz.

Jardim do Torel – áreas de relvado que se assemelham a campos pelados, lago da entrada sêco, nenhum canteiro com flores, nenhum arbusto em condições.

Jardim de Santos – anos de incúria e desmandos vários levaram à completa destruição do jardim, resistindo e mal o coberto arbóreo. Conjunto de tipuanas classificado e sem qualquer informação ao público.

Jardim do Adamastor – depois de uma intervenção descaracterizadora do miradouro, toda a relva plantada desapareceu.

Para terminar, resta sublinhar que a gestão dos espaços verdes da cidade de Lisboa, pese embora a sua riqueza extraordinária, patente na diversidade das espécies e no porte monumental de inúmeros exemplares, tem sido um exemplo claro de má prática camarária, recorrendo muitas vezes à prepotência e fazendo vista grossa ao desleixo generalizado.

Lamentamos que o Semanário Sol se tenha precipitado fazendo eco de uma realidade virtual, que apenas não o será no Gabinete do Senhor Vereador, incorrendo assim naquilo que nos parecer ser mera auto- propaganda.

Convidamos V. Exas. a fazerem connosco um périplo pelos jardins de Lisboa, em data a combinar.