quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Porque as árvores são de todos, exigimos respeito!
terça-feira, 28 de agosto de 2018
Mutilação de árvore classificada de Interesse Público
Dr. Fernando Medina
Exma. Sra. Presidente da Junta de Freguesia de Arroios
Dra. Margarida Martins
Conforme poderão V. Exas. constatar pela foto que segue junto (da autoria de Mónica Almeida), e ao que nos acabam de informar moradores no local, foi recentemente podada de forma verdadeiramente escandalosa a bela-sombra junto à Igreja dos Anjos, árvore que está classificada de Interesse Público (http://www2.icnf.pt/portal/
Julgávamos que, após os sucessivos alertas e denúncias sobre más práticas do passado, feitos não só desde que esta Plataforma foi criada, como durante algumas décadas até então, alertas e denúncias que terão contribuído para, finalmente, existir um Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa; assistir-se a uma barbárie como a presente seria impossível de acontecer em Lisboa, contudo aconteceu.
Serve o presente para apresentarmos o nosso protesto veemente, e para solicitar a V. Exas. que punam exemplarmente os responsáveis por este acto a todos os títulos deplorável, ilegal (se se confirmar a não autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) e indigno do Pelouro dos Espaços Verdes da CML e/ou dessa Junta de Freguesia, no caso de ter havido autorização da vossa parte.
Iremos solicitar esclarecimentos ao ICNF e apresentar queixa ao Ministério Público.
...
Esclarecimento da JF Arroios - Quebra de pernada na madrugada de 12 para 13:
Exmos. Srs.
No seguimento da exposição abaixo, e por incumbência da Sra. Presidente Margarida Martins, cumpre apresentar o esclarecimento que se segue.
Na madrugada de dia 12 para dia 13 de agosto, um exemplar de Phytolacca, com um grande porte e classificada, que se encontra junto à Igreja dos Anjos, quebrou uma pernada como demonstrado no registo fotográfico que se junta.
A queda dessa pernada provocou bastantes estragos, em cerca de 40% da copa desta árvore, ficando a mesma bastante danificada.
Assim, contactada a nossa empresa de manutenção de Espaços Verdes, procederam-se às intervenções que natureza mais urgente, sendo que durante o dia 13 e 14 realizou-se limpeza dos ramos partidos e esgalhados, que se encontravam no chão e pendurados, pelo que a intervenção realizada se limitou estritamente à zona que tinha danos resultantes da já referida quebra de pernada, tratando-se pois de um exemplar com um grande valor patrimonial.
A operação de reequilíbrio de copa será realizada em articulação e com a presença de técnicos do ICNF.
Gratos pela atenção e ao dispor.
Cumprimentos,
Junta de Freguesia de Arroios
Cláudia Santos
Divisão de Ambiente Urbano e Desenvolvimento Local
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Destruição de património arbóreo por incompatibilidade com proposta de arquitectura
segunda-feira, 30 de abril de 2018
Em defesa do Jardim das Amoreiras
É com uma enorme perplexidade e indignação que assistimos, de dia para dia, ao desleixo e degradação daquele que consideramos ser um dos mais bonitos e emblemáticos jardins de Lisboa, o Jardim das Amoreiras, parte integrante de monumento nacional - o aqueduto -, e representado mais do que uma vez na obra de uma das mais internacionais pintoras portuguesas, Maria Helena Vieira da Silva, local da sua fundação e casa-atelier.
Parece-nos evidente que a Junta de Freguesia ( Santo António) não consegue reunir as condições necessárias à manutenção de um espaço desta importância para a cidade, por isso entendemos ser urgente que a CML, à semelhança do que foi feito na Av. da Liberdade, resgate a manutenção e monitorização diária do jardim antes que os danos se tornem irrecuperáveis. Lembramos que existe neste jardim uma notável e única coleção botânica, nomeadamente de árvores de grande porte( tílias, tipuanas, um conjunto importante de ginkgo biloba, Firmiana simplex, teixo, paineira, entre outras) cuja perda por desleixo e desconhecimento A CML, como entidade responsável e informada, não pode permitir.
Na expectativa de que os serviços da Câmara , pelos quais é responsável, possam encontrar uma solução rápida para esta situação totalmente inaceitável, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.
terça-feira, 20 de março de 2018
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
Pedido de audição, em defesa das árvores na Serra de Sintra
Exmos. Senhores Deputados Membros da 11ª Comissão Permanente,
O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) pretende retomar o projecto de abate de milhares de árvores na Serra de Sintra (EN 9-1 entre a Lagoa Azul e Malveira da Serra e estrada florestal entre a Malveira e o cruzamento da Portela).
Em 2017, o ICNF justificava o abate de 1350 árvores, essencialmente pinheiros e ciprestes, por razões de ordem "fitossanitária". Tal projecto viria a ser forte e justificadamente contestado pela população e por especialistas, levando a que as autarquias de Sintra e Cascais se lhe opusessem publicamente, o que levou à sua suspensão.
É, pois, com enorme surpresa e consternação que o Q Sintra (movimento de cidadania de Sintra) e a Plataforma em Defesa das Árvores (plataforma cívica de que fazem parte várias ONG ambientalistas) tomam conhecimento da vontade do ICNF em retomar o projecto, que agora justifica com a necessidade de criar uma faixa de segurança contra incêndios.
Até agora, o ICNF não explicou quais os critérios com que selecciona as árvores que quer abater, nem qual a sua estratégia para a defesa da serra de Sintra e não se conhece qualquer estudo sobre o impacto deste corte no valor da paisagem.
Para prevenir incêndios, o que é urgente fazer na serra de Sintra é gerir e ordenar a floresta de uma forma sistemática, com a visão adequada à preservação de uma paisagem classificada, e eliminar com urgência os verdadeiros factores de risco que a ameaçam: árvores caídas, descontrolo de espécies invasoras, acumulação de lixo ou entulho, muros derrubados, intervenções privadas sem fiscalização e controlo.
Nesse sentido, e porque continuamos a considerar que tal abate continua a ser injustificado, por ser o Parque Natural Sintra-Cascais de um valor incalculável do ponto de vista cultural, ambiental e afectivo, que não necessita de abates mas de vigilância atenta e permanente (assunto que ambas as autarquias continuam a ignorar, década após década), solicitamos uma audição a Vossas Excelências, com carácter de urgência, a fim de expormos os nossos argumentos e de sensibilizarmos essa Comissão a travar definitivamente este processo.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Pedido de esclarecimento enviado a 19/02
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
Recordando um jardim que está em perigo (II)
Um texto sentido de Ana Alves de Sousa, escrito para para o projecto “Memórias das Avenidas” antes da tragédia se ter abatido sobre o jardim do Palacete Mendonça, que é também um justo agradecimento ao Eng. Rui Romão uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins* e que nos últimos 25 anos se dedicou de alma e coração a este jardim maravilhoso.
* O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem.
Rubem Alves, 2002
O jardim do Palacete Mendonça
Avós e Netos de Mãos Dadas
Agradecimento
Ao Eng.º Rui Romão por tudo o que nos ensinou, pelo extraordinário exemplo de perseverança, amor e respeito pela natureza, por todo o trabalho que realizou neste jardim centenário durante mais de 25 anos.
Quando eu era pequena a minha Mãe falava-me das visitas que em tempos fizera com o seu Avô paterno a um palacete rodeado por um grande parque que ficava relativamente perto da casa onde ambos viviam, na Avenida António Augusto de Aguiar. Recordava sobretudo o jardim e a quinta, o moinho de vento, a água que escorria de cascatas forradas de fetos e de avencas, os túneis de buxo e, a meio da tarde, os chás e as bolachinhas servidos ao ar livre na sombra cheirosa de um caramanchão coberto de rosas de Santa Teresinha.
Quando, em meados dos anos 60, viemos morar para o Bairro Azul, eu costumava passar rente ao muro do Palacete Mendonça, a caminho do Liceu Maria Amália. Espreitava através do gradeamento de ferro forjado e imaginava como teriam sido os tempos em que a minha Mãe brincava naquele enorme parque murado que parecia agora meio abandonado e selvagem, quase como se de uma floresta tropical se tratasse.
Durante muitos anos o jardim permaneceu inacessível até que finalmente, nos anos 90, a Universidade Nova, então proprietária do palacete, celebrou um acordo com a Câmara Municipal de Lisboa: os serviços camarários responsabilizar-se-iam pelo arranjo e limpeza do parque e, como contrapartida, este passava a ser público mediante a apresentação de uma identificação. Anos mais tarde, a Fundação Calouste Gulbenkian emprestou à Universidade 13 esculturas que foram estrategicamente colocadas em diferentes pontos do parque, convidando à sua descoberta.
Pouco a pouco, o parque recuperou a sua beleza e dignidade e a minha Mãe voltou a passear pelo jardim da sua infância, agora de mão dada com os seus Netos.
O parque do Palacete Mendonça é pois, para a minha família - tal como, certamente, para muitas outras pessoas - um espaço mágico e foi com enorme alegria que soubemos da sua venda à Fundação Aga Khan na convicção de que esta irá proceder não só ao restauro do edifício mas também do parque e mantê-lo aberto à população, tal como esperado e noticiado. Deste modo, permitirá que aqui se renove essa maravilhosa cadeia de mãos dadas de tantas gerações e o Parque do Palacete Mendonça continuará a fazer parte da memória passada e futura de todos nós.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Carta Aberta a Sua Alteza o Príncipe Aga Khan
Your Highness Prince Aga Khan,
We are writing you with an urgent plea, taking into consideration the Foundation's legacy in regards to the rehabilitation of gardens and parks as well as the restoration of historic buildings all over the world.
What is happening both in the park and the building does not live up to the standards the Foundation has put in other projects elsewhere and this is the more intriguing when what is at stake are its headquarters that should stand as a showcase of the Foundation's standards.
We kindly ask Your Highness for your intervention in stoping the destruction of Portuguese patrimony.
Yours sincerely,
Fórum Cidadania Lx
Comissão de Moradores do Bairro Azul
Vizinhos das Avenidas Novas
Rui Romão (former Gardner of Palace Mendonça)
Associação de Moradores das Avenidas Novas de Lisboa
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Recordando um jardim que está em perigo
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
Arboricídio (de interesse público)
Jardins do Palacete Mendonça em Abril de 2017
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Menos árvores, mais torres
Meses mais tarde a legalidade da obra é posta em causa, quando o deputado municipal Ricardo Robles denuncia, "a expansão da construção do edifício além dos limites legais do lote e a posterior tentativa de camuflagem da ilegalidade por parte da Câmara Municipal de Lisboa". Em causa estava a utilização, pelo promotor da obra, do espaço de passeio público da Fontes Pereira de Melo, o tal espaço público que a autarquia prometia aos Lisboetas requalificar com mais árvores e e menos carros, e que, como consequência desse "erro de cálculo", foi privatizado para facilitar a construção do estacionamento de um edifício cujo interesse para a cidade é até hoje discutível e que certamente inviabilizará a existência das prometidas árvores nesse troço da Av Fontes Pereira de Melo.
Nas traseiras e restantes envolventes do edifício, também a coisa não foi resolvida atempadamente nem de forma clara. Num processo confuso e bastante obscuro que implica, concessões, património classificado, estacionamento subterrâneo, reformulação de arruamentos, gestão de tráfego e até de uma nova e surpreendente obra no âmbito do programa "uma praça em cada bairro", constatamos que muito do espaço público será adaptado antes às conveniências dos donos da torre do que aos interesses e qualidade de vida dos restantes cidadãos. Só assim se explica que sem que os Lisboetas tenham sido consultados, seja agora imposto pela CML o abate (mascarado de transplante) de dezenas de árvores adultas e saudáveis existentes no local.
Mais uma vez a CML, prepotentemente, determina o abate indiscriminado e ilegal do património arbóreo da cidade em nome de uma obra, só que desta vez a obra é privada e polémica e como tal este abate, que pode ocorrer a qualquer momento porque foi solicitada licença para prescindir dos prazos legalmente estabelecidos no despacho camarário 60/P/2012, é, para além de ilegal e incoerente, infame!