sábado, 19 de dezembro de 2020

Há cada vez menos árvores


 “Há cada vez menos árvores”, é uma  preocupação pertinente, expressa pela junta de freguesia de Alvalade em todos os mails que envia. Lamentavelmente não a expressa também nas ações que pratica. Neste caso específico em que manda abater duas árvores adultas substituindo-as por arbustos exóticos, podemos mesmo concluir que a junta optou conscientemente  por desarborizar, contrariando até normas expressas no regulamento municipal do arvoredo de Lisboa. É difícil entender as razões que levam as autarquias a ignorar as pouquíssimas  regras de que dispõem para defesa e proteção das suas árvores numa altura em que, mais do que nunca, a sua importância é de indiscutível urgência. 


Antes

Depois



Apelamos ao bom senso da junta de freguesia de Alvalade para que no local das duas árvores,  já abatidas, sejam plantadas árvores adequadas ao local.




quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A PLATAFORMA ESCREVE AO PRESIDENTE DA CML (a propósito da reportagem da Sábado de 12/12/20)





Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina,

Pelo presente tomamos a liberdade de chamar a atenção de V. Exa. para a peça que saiu na revista Sábado, de dia 12 de Dezembro do corrente, e que se anexa. 

A peça desvela o negócio, de contornos duvidosos, das grandes empresas de manutenção de espaços verdes - duas famílias, oito empresas - sem pessoal especializado e sem conhecimento técnico, às quais foram entregues, sem nenhum plano específico, a gestão do arvoredo e dos espaços verdes de algumas das freguesias de Lisboa.  Estas empresas parecem nem sequer conhecer o Regulamento Municipal a que está sujeita a gestão do arvoredo e as Juntas de Freguesia, que o fizeram aprovar, não têm garantido o seu cumprimento. Citamos aqui uma reveladora passagem do artigo em causa:

Os Alhos (Fernando, Maria, João, Leonor, António e Carlos) e os Montes (Daniel, António, Raquel e Eduarda) misturam-se em oito empresas de manutenção de espaços verdes que desde 2009 conseguiram 370 contratos com o Estado num total de €27 milhões. A maioria (250 contratos, €20,7 milhões) foi com algumas juntas de freguesia de Lisboa, com a Câmara Municipal de Lisboa, a Câmara Municipal de Oeiras e o IPDJ. Uma das empresas (a Pétala Livre) é detida por elementos de ambas as famílias (Daniel Montes e João Alho; na foto acima). Há inúmeras situações em que uma empresa detida pelos Alhos fica com um contrato que era de uma empresa... dos Alhos. Quando não era dos Montes”.
A Plataforma está convicta que falta de conhecimento técnico destas empresas e o desinteresse das autarquias que, sem equipas próprias de profissionais, se limitam a delegar a competência a terceiros, é a explicação para tantas árvores mal tratadas, tantos abates, tantas plantações sem futuro, tanto espaço verde desalmado, o que tem suscitado a contestação e a preocupação de muitos cidadãos por todo o país e, muito em particular, os lisboetas.

Faz agora três anos que o Senhor Presidente garantiu à Plataforma que estaria aberto a reavaliar a transferência de competências nesta área e a recuar se fosse caso disso. Consideramos que é a ocasião de o Senhor Presidente o fazer. Em nome da cidade de Lisboa, dos lisboetas e do seu património arbóreo.

Deste modo, vimos solicitar a melhor atenção de V. Exa. para este assunto e tomada de diligências urgentes.

Muito atentamente,

A Plataforma