Em memória do monumental choupo negro da Av. Fontes Pereira de Mello abatido
Elegemos o “best & worst of 2016” e passamos o ano em
revista.
O melhor:
1) A preservação de 28 árvores em Entrecampos após mobilização
de munícipes, nomeadamente os “Irredutíveis do Campo Grande” (CML, na pessoa do
Vereador Manuel Salgado)
2) A preservação de 8 tílias e 1 olaia nas Escadinhas de
Manchester após mobilização dos moradores do Bairro de Inglaterra (JF Arroios,
na pessoa da sua Presidente Margarida Martins)
3) A preservação de 1 nogueira adulta no logradouro
da Rua Afonso Lopes Vieira após mobilização de uma moradora cujo avô havia
plantado a referida árvore (CML)
O pior:
1) Morte de mais de 1300
árvores jovens recém plantadas por toda a cidade pela CML e que pereceram
de sede seja porque foram plantadas fora de época seja porque não houve a mais básica das
manutenções, a rega. Em zonas como a do Alto
da Ajuda e Chelas há fileiras de árvores secas, umas atrás das outras, um cenário dantesco (CML e
JFs).
2) Abate ilegal de 5
choupos negros monumentais na calada da noite na Av. Fontes Pereira de
Mello, no âmbito das obras do Eixo Central, apesar da mobilização dos munícipes
e o pedido para a sua salvaguarda. Isto é tanto mais grave quanto nos
documentos das apresentações públicas do projecto aos munícipes os referidos
choupos aparecem representados (CML).
3) Abate de 180
azinheiras no Parque das Nações devido, segundo o Laboratório de Patologia Vegetal, às “podas inadequadas” a
que foram sujeitas ao longo do tempo e “a ventos com salinidade, solo
compactado, etc., pelo que têm vegetado claramente em condições de stresse" (CML, JF Parque das Nações e Sociedade Parque Expo).
4) O bloqueio da AML ao Regulamento Municipal do Arvoredo.
4) O bloqueio da AML ao Regulamento Municipal do Arvoredo.
O ano em revista
rápida:
Janeiro
- Podas drásticas em diversas árvores de alinhamento na
Alta de Lisboa (JF Sta. Clara)
- Abate de mais uma dezena de freixos na Av. Paris (JF
Areeiro)
Maio
- Abate de 3 tílias monumentais no Jardim das Amoreiras
(JF Sto António)
Junho
- Abate de 5 choupos negros na Av. Fontes Pereira de
Mello (CML)
- Abate de 1 ligustrum e de 1 romãzeira no Lg. Rodrigues
de Freiras (JF S. Vicente)
Julho
- Abate de 2 tipuanas no Saldanha (CML)
Setembro
- Abate de árvores na Quinta das Camareiras, em Carnide
- Abate de 15 choupos junto à Estação Fluvial de
Belém (JF Belém)
- Abate de todos os choupos brancos do Jardim Augusto
Gil, na Graça (CML)
Outubro
- Arboricídio junto à JF Campolide, nomeadamente de duas grevileas de grande porte
que constavam do projecto e foram danificadas pelas obras e por isso abatidas (JF Campolide e CML)
- Poda drástica da bela-sombra do Largo do Limoeiro,
Árvore de Interesse Público (JF Sta. Maria Maior)
Novembro
- Abate de 1 pinheiro-manso no Parque Eduardo VII para
construir uma escadaria (CML)
- Abate de 4 lodãos-bastardos na Feira da Ladra (JF S.
Vicente)
- Abate de 4 lodãos-bastardos na Rua do Embaixador e na
Pç. Afonso de Albuquerque (CML/SRU/JF Belém)
Dezembro
- Poda/rolagem drástica de 30 plátanos no Instituto
Nacional de Estatística (INE)
- Abate de 18 árvores de médio e grande porte no Jardim
do Campo Grande Sul (CML)
- Escavações e obras ilegais junto à monumental
tipuana da Pç. João Bosco aos Prazeres, Árvore de Interesse Público (JF
Estrela)
- Podas desastrosas em alguns zambujeiros/oliveiras em
Sto. Estevão e no Lg. Rosa (JF Sta. Maria Maior)
- Abate de um grande número de choupos em Linda-a-Velha,
Santo Amaro de Oeiras e Algés baseadas em
argumentário inaceitável por parte da CM Oeiras (CM Oeiras)
- Abate de inúmeras árvores e arbustos no âmbito das
requalificações a ocorrer na Av. EUA (JF Alvalade)
- Abate de 180 azinheiras no Parque das Nações devido à
incúria a que relatório do LPVVA faz referência: "as árvores sofreram em anos
anteriores podas inadequadas. Para além disso, estão sujeitas a ventos com
salinidade, solo compactado, etc., pelo que têm vegetado claramente em
condições de stresse." (CML)
Em resumo:
Árvores saudáveis abatidas, podas mal-feitas, drásticas e
fora de época que comprometem a estrutura das árvores, abates sem aviso prévio
e/ou relatórios fitossanitários, árvores recém-plantadas e meses depois já
secas, emparedamento de árvores em contexto de obras, destruição de raízes de
árvores em contexto de obras comprometendo a sua estrutura, caldeiras vazias,
cepos que se eternizam meses e mesmo anos, objectificação das árvores ao não
contemplá-las no design dos novos projectos (nomeadamente no âmbito de Uma
Praça em Cada Bairro), jardins em mau-estudo e/ou sem manutenção.
No entanto, algumas
vitórias foram conseguidas graças à mobilização dos munícipes e da
Plataforma:
- Preservação de 28 árvores de médio e grande porte em
Entrecampos (CML)
- Preservação de 8 Tílias nas Escadinhas de Manchester
(JF Arroios)
- Preservação de 1 nogueira no logradouro da Rua Afonso
Lopes Vieira (JF Areiro)
- Embargo das obras junto à tipuana monumental dos
Prazeres, classificada como Árvore de Interesse Público (JF Estrela)
- Possível preservação de 1 olaia junto ao Mosteiro de S.
Vicente (JF S. Vicente)
Acções
levadas a cabo pela Plataforma em 2016:
- Seminário “As Árvores de Lisboa: Realidade, Mitos e
Políticas”, no Cinema S. Jorge (Maio)
- Visita guiada ao Pq. Eduardo VII, Av. da Liberdade e
Pç. da Alegria (Maio)
- Visita guiada ao Jardim do Campo Santana e ao Jardim do
Torel (Dezembro)
- Abaixo assinado no sentido de a CML proteger o Jardim de
Santos
- Várias reuniões com representantes das JFs
- Várias participações na Assembleia Municipal de Lisboa
e nas reuniões públicas da CML
- Abaixo assinado em curso para que a
Avenida da Liberdade volte a ser "espaço estruturante" e ser reintegrada no Corredor Verde
- Denúncias, pedidos de informação e de esclarecimentos
vários junto da CML e JFs
Situações
muitos preocupantes e a monitorizar em 2017:
- O abate de 12 pinheiros mansos para a construção de um
Burger King junto ao Estado Universitário, com a autorização do reitor da
Universidade de Lisboa e a complacência da CML.
- O estado lastimável da Avenida da Liberdade: árvores mortas, palmeiras em risco de desaparecerem,
caldeiras sem árvores, etc.. A Avenida da Liberdade
tem de voltar a ser “espaço estruturante” e a ser reintegrada no Corredor Verde
de Monsanto.
- A demora na entrada em vigor do Regulamento Municipal do Arvoredo, bloqueado que está na AML há mais de um ano pelos 24 presidentes de Junta
- A demora na entrada em vigor do Regulamento Municipal do Arvoredo, bloqueado que está na AML há mais de um ano pelos 24 presidentes de Junta
A Plataforma em Defesa das Árvores faz votos que, em 2017, autoridades
e cidadãos se consciencializem sobre o valor intrínseco das árvores para a qualidade de vida nas cidades. Porque defender árvores,
é defender pessoas!