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sábado, 14 de maio de 2016

Mais um exemplo preocupante de muito má gestão do património arbóreo de Lisboa.





Em Março passado, a junta de freguesia de Santo António pede (e bem), ao departamento técnico da CML, a avaliação do arvoredo da Praça das Amoreiras, "O arvoredo encontra-se localizado em caldeira, à volta do jardim Marcelino Mesquita, sendo composto por 41 exemplares do género Tília, 1 exemplar da espécie Cupressus sempervirens, 3 cepos e 1 caldeira que foi fechada sem justificação(?!), pela antiga Junta de Freguesia. "

Esta avaliação técnica aconselha o abate de duas tílias apresentando como justificação "Cavidade na zona de inserção das pernadas. Copa desequilibrada."- note-se que em altura alguma se utiliza no relatório o termo "decrepitude" - em relação às restantes árvores o relatório recomenda tratamentos de poda "o corte de ramos secos, alivio de peso da copa, de reequilíbrio e de formação"

Algumas (5) destas tílias são vivos ex-líbris do Jardim das Amoreiras, com DAP (diâmetro à altura do peito) que chegam aos 3 metros e copas monumentais e únicas. Em atenção a estas o relatório faz a seguinte referência particular: "De modo a conservar alguns destes exemplares por mais algum tempo, é necessário proceder à poda imediata, ou seja, antes da rebentação da folha, de cinco exemplares referidos no quadro acima e monitorização de seis em seis meses"

As folhas já rebentaram há algum tempo, vigorosas, maravilhosas. Os pássaros já nidificaram. Passou pois o tempo em que se podiam fazer as podas (imediatas) aconselhadas pelo relatório.... Resta à junta avançar com o mais fácil, os abates.

Mas também aqui a coisa não está a correr bem. Por alguma razão absurda que só pode ser vista como um grave "engano", numa dessas árvores (que importa conservar e monitorizar) foi agora afixado pela Junta de Freguesia de Santo António um aviso de abate!

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