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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Pedido de audição, em defesa das árvores na Serra de Sintra

(fotografia daqui)

Exmos. Senhores Deputados Membros da 11ª Comissão Permanente,

O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) pretende retomar o projecto de abate de milhares de árvores na Serra de Sintra (EN 9-1 entre a Lagoa Azul e Malveira da Serra e estrada florestal entre a Malveira e o cruzamento da Portela).

Em 2017, o ICNF justificava o abate de 1350 árvores, essencialmente pinheiros e ciprestes, por razões de ordem "fitossanitária". Tal projecto viria a ser forte e justificadamente contestado pela população e por especialistas, levando a que as autarquias de Sintra e Cascais se lhe opusessem publicamente, o que levou à sua suspensão.

É, pois, com enorme surpresa e consternação que o Q Sintra (movimento de cidadania de Sintra) e a Plataforma em Defesa das Árvores (plataforma cívica de que fazem parte várias ONG ambientalistas) tomam conhecimento da vontade do ICNF em retomar o projecto, que agora justifica com a necessidade de criar uma faixa de segurança contra incêndios.

Até agora, o ICNF não explicou quais os critérios com que selecciona as árvores que quer abater, nem qual a sua estratégia para a defesa da serra de Sintra e não se conhece qualquer estudo sobre o impacto deste corte no valor da paisagem.

Para prevenir incêndios, o que é urgente fazer na serra de Sintra é gerir e ordenar a floresta de uma forma sistemática, com a visão adequada à preservação de uma paisagem classificada, e eliminar com urgência os verdadeiros factores de risco que a ameaçam: árvores caídas, descontrolo de espécies invasoras, acumulação de lixo ou entulho, muros derrubados, intervenções privadas sem fiscalização e controlo.

Nesse sentido, e porque continuamos a considerar que tal abate continua a ser injustificado, por ser o Parque Natural Sintra-Cascais de um valor incalculável do ponto de vista cultural, ambiental e afectivo, que não necessita de abates mas de vigilância atenta e permanente (assunto que ambas as autarquias continuam a ignorar, década após década), solicitamos uma audição a Vossas Excelências, com carácter de urgência, a fim de expormos os nossos argumentos e de sensibilizarmos essa Comissão a travar definitivamente este processo.

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