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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

É esta a qualidade de vida que queremos?

Guimarães
Princípio geral da Lei de bases do ambiente

1 - Todos os cidadãos têm direito a um ambiente humano e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender, incumbindo ao Estado, por meio de organismos próprios e por apelo a iniciativas populares e comunitárias, promover a melhoria da qualidade de vida, quer individual, quer colectiva. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Vergonha!


Exma. Sra. Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Arqtª Helena Roseta


​Constatamos que a Junta de Freguesia de Benfica tem repetidamente desrespeitado normas expressas no Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa, aprovado em Julho de 2017 em sede dessa assembleia, nomeadamente a linha g) do Artigo 9º que proíbe, "efectuar rolagem de árvore, em qualquer circunstância".

São já muitas as árvores da freguesia que foram recentemente sujeitas a rolagens, uma prática que há muito não se via em Lisboa, lesiva para o arvoredo e veemente desaconselhada pela maioria dos técnicos de arboricultura moderna.

Pedimos a V. Exa que actue em conformidade no sentido de garantir o cumprimento do Regulamento ​Municipal do Arvoredo e a qualidade do património arbóreo da cidade de Lisboa​.

Em anexo enviamos fotografia de algumas das árvores que foram sujeitas a rolagem no âmbito dos trabalhos em curso na Avenida Gomes Pereira em Lisboa, Benfica.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

SOS, pelos freixos de Marvão II

Exmos. Senhores Deputados
Membros da 11ª Comissão da Assembleia da República

Na sequência do movimento de protesto contra o pré-anúncio de abate de dezenas de freixos monumentais do chamado “Túnel das Árvores Fechadas” de Marvão (foto em anexo, da autoria de Descobrir Alentejo), um protesto que começou por ser da população local e que rapidamente se alastrou um pouco a todo o país, vem a Plataforma em Defesa das Árvores solicitar uma audiência a Vossas Excelências, senhores Deputados, com carácter de urgência, a fim de expormos aquilo que consideramos ser um crime de lesa-património nacional, ambiental e cultural, e pedirmos a intervenção da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação da Assembleia da República na melhor resolução deste assunto.

Como é do conhecimento de Vossas Excelências, trata-se de um conjunto 235 freixos centenários, (Fraxinus angustifolia Vahl), que existem na Estrada Nacional nº246-1, entre Castelo de Vide e Marvão (distrito de Portalegre), e que estão classificados pelo Plano Director Municipal de Marvão (Resolução do Conselho de Ministros n.° 70/94) e, mais importante, classificadas como Árvores de Interesse Público desde 24 de Fevereiro de 1997, estando actualmente sob a tutela da Infraestruturas de Portugal (IP).

Trata-se, resumindo da preservação ou não de um património arbóreo único no nosso país, um conjunto de árvores veneráveis, que não pertencem apenas à geração que as plantou e que delas cuidou, mas a todas as gerações que lhe seguiram.

Muito resumidamente: um estudo recente, sem qualquer contraditório, como se impunha, recomendou à CM Marvão e à IP o abate imediato  de mais de 40 destes freixos monumentais. Acontece que estas árvores vêm sendo negligenciadas desde há muitos anos. Em meados dos anos 90 ainda estavam de boa saúde e o "túnel de árvores" era um cenário magnífico. Face ao aumento significativo de tráfego de pesados (que ali circulam a velocidades acima dos 80km/h), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) defendeu, oportunamente, a transferência do tráfego de pesados para estradas alternativas, mas nada aconteceu. Em 2012, foram abatidas cerca de 30 árvores. Há também notícias de abates em 2008 e o abate controverso, já em 2017, de mais algumas pela IP.

Não questionamos a legitimidade do estudo, mas não aceitamos com facilidade as conclusões propaladas publicamente. As árvores constituem-se como biocenoses, o que implica que as intervenções numas, tenham impactos que podem ser muito negativos em outras.

Solicitamos, por isso, a essa Comissão, uma audiência com carácter de urgência, na qual nos faremos representar por agentes locais e por especialistas.

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

A Plataforma em Defesa das Árvores

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A carta

Vivem-se dias negros no nosso país e muito haverá para resolver, entretanto a nossa carta vai circulando tal qual batata quente, do gabinete do Primeiro Ministro, passando pela Secretária de Estado do Território e Conservação da Natureza, até ao Gabinete do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.... E os freixos senhores? 



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

SOS, pelos freixos de Marvão

(fotografia de descobriralentejo.pt)


Exmo. Senhor Primeiro Ministro
Dr. António Costa,

Dirigimo-nos a V. Exa. no sentido de o alertar e de lhe fazer chegar a nossa imensa consternação e inquietação sobre o que se prevê venha a acontecer à preservação de um património arbóreo único no nosso país um conjunto de árvores veneráveis, que não pertencem apenas à geração que as plantou e que dela cuidou, mas a todas as gerações que lhe seguiram.

Trata-se da alameda de freixos (Fraxinus angustifolia Vahl) monumentais da Estrada Nacional 246-1, entre Castelo de Vide e Marvão (distrito de Portalegre); um conjunto 235 freixos centenários classificado pelo Plano Director Municipal de Marvão (Resolução do Conselho de Ministros n.° 70/94). Estas árvores estão ainda classificadas como Árvores de Interesse Público desde 24 de Fevereiro de 1997.

Acontece que um estudo recente recomenda o abate de mais de 40 destes freixos monumentais. Estas árvores vêm sendo negligenciadas desde há muitos anos. Em meados dos anos 90 ainda estavam de boa saúde e o "túnel de árvores" era um cenário magnífico. Mais recentemente, em 2012, foram abatidas cerca de 30 árvores (!). Há também notícias de abates em 2008 e o abate controverso já este ano de mais algumas pela Infraestruturas de Portugal.

Não questionamos a legitimidade das conclusões do estudo, ao qual ainda não tivemos acesso, nem o diagnóstico desolador que este faz às árvores, mas não aceitamos com facilidade as soluções avançadas. As árvores constituem-se como biocenoses, o que implica que as intervenções numas, tenham impactos que podem ser muito negativos em outras.

Em Portugal existem escassíssimas estradas em túnel com árvores monumentais. Há mais de 100 anos alguém se deu ao trabalho de escolher cuidadosamente, talvez mesmo semear, esta alameda de freixos. Plantou-os, cuidou deles, e partiu com a certeza de que tinha feito algo de útil para as próximas gerações. Com que direito aqueles que hoje herdam este património e têm responsabilidades em legá-lo às gerações futuras escolhem preservar a estrada e abater as árvores monumentais?

Os especialistas e homens da ciência têm a obrigação de, em coordenação com os políticos e os cidadãos interessados, encontrar soluções desacostumadas para o mundo.

Sabemos que, em tempos, houve um projecto de construção de uma estrada alternativa entre Marvão e Castelo de Vide, que ficou esquecido. E há muito que o ICNF, a entidade responsável pelo arvoredo classificado, recomenda o fecho da estrada ao trânsito como medida de preservação destas árvores.

O que vimos pedir a V. Exa, Senhor Primeiro Ministro (que no passado como Presidente da CML redigiu o inovador despacho 60/P/2012), é que faça sair da gaveta este projecto de estrada alternativa e que o "túnel" das árvores do Marvão seja fechado ao trânsito e posto à fruição dos portugueses como santuário arbóreo do país. Que estes freixos possam morrer de pé e com a dignidade de que são exemplo há mais de uma centena de anos.
Muito obrigada pela atenção que se dignar prestar a este nosso pedido.



Muito atentamente,

Rosa Casimiro, Inês Beleza Barreiros, Paulo Ferrero, Fátima Castanheira, Miguel Velloso, Maria de Magalhães Ramalho, Jorge Pinto, João Pinto-Soares, Manuela Correia, Rui Plácido, Raquel Lopes, Elsa Severino, Artur Lourenço, Manuel Valadas Preto, Maria de Fátima Carmo, Carlos Neves, Paulo Torres, Paulo Lemos, Alexandre Nunes, Ana Alves de Sousa, Gui Abreu de Lima e J.D. Mondego, Ana Cristina Figueiredo, Rui Romão, José Rui Fernandes, Pedro Janarra
Pela
Plataforma em Defesa das Árvores

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Queixa enviada ao Ministério Público


Janeiro de 2015            Setembro de 2017


Exma. Sra. Procuradora-Geral
Doutora Joana Marques Vidal

Vimos apresentar ao Ministério Público factos que nos parecem desconformes à lei, de lesa-património monumental e prejudiciais ao ambiente e, consequentemente, à qualidade de vida dos cidadãos de Lisboa.

Temos reserva quanto aos procedimentos que conduziram à autorização de abate de uma árvore classificada - um lódão bastardo monumental (Celtis australis) - no Jardim Alfredo Keil, na Praça da Alegria. Jardim esse que possui um conjunto recentemente (re)classificado (Despacho n.º 7892/2017) de nove árvores notáveis constituído por uma Ceiba speciosa, uma Ceiba crispiflora, dois Metrosideros excelsa, dois Celtis australis, duas Erythrina crista-galli e uma Washingtonia robusta. O que faz dele um lugar absolutamente único e no qual qualquer intervenção, estando no perímetro de segurança de árvores classificadas, deve ser escrupolosa e sujeita a autorização do ICNF.

Do enquadramento histórico:

1. Anteriormente, neste jardim existiam seis lodãos classificados como conjunto de interesse público.

2. Em 2000 foi pedida a desclassificação, alegadamente porque alguns destes lódãos estavam doentes e eram perigosos. Nessa altura, desclassificaram todos e abateram-se três. Mantiveram-se outros três.

3. Em 2014 a CML fez novo estudo fitossanitário, sendo que a JF de Sto. António já era responsável pela gestão do arvoredo do jardim. Esse relatório determinou, entre outras coisas, o abate de um desses três lodãos remanescentes. É com base neste relatório que a JF decide, em 2015, podar os dois lódãos que restaram de um conjunto de seis.

4. Muito recentemente, o ICNF reviu a reclassificação das árvores do jardim e decidiu classificar o conjunto, em vez de manter as árvores classificadas isoladas. Como consequência, a área de protecção diminuiu.

5. Neste conjunto, agora classificado, incluem-se os dois lódãos bastardos, nomeadamente o que agora se pretende abater, exactamente - não sem estranheza - no momento em que o conjunto em que se insere é classificado de "interesse público". O lódão em causa estava já classificado individualmente, mas a sua protecção foi reconfirmada com a entrada em vigor, há poucos dias, de um despacho que classifica como de “interesse público” todo o arvoredo do Jardim Alfredo Keil (Despacho n.º 7892/2017).

Dos factos presentes:

6. Como já foi referido, este lódão monumental foi podado sem qualquer profissionalismo pela JF de Sto. António, em Janeiro de 2015, depois do abate de uma outra árvore sua vizinha. O ICNF, entidade a quem cabe zelar pela defesa de arvoredo classificado, não se pronunciou, abstendo-se de cumprir a lei que obrigava a atenção especial pela proximidade das restantes árvores classificadas do jardim, não havendo qualquer consequência sobre a JF.

7. A árvore ficou, a partir de então, descompensada e frágil, dado que foi severamente podada de um lado mas não de outro, e sujeita a doenças várias (ver fotografia 1).

8. Dois anos depois, esta semana, é anunciado o abate da mesma, autorizado pelos serviços da CML, tendo por base parecer do Laboratório de Patologia Vegetal do Instituto Superior de Agronomia, ao qual não tivemos acesso. O INCF nada obsta ao referido abate.

Afigura-se-nos que:

 9. O abate do lódão bastardo dois anos depois de uma poda sem expertise e ilegal, executada pela JF com a conivência da CML e do ICNF, resultou na fragilidade da árvore ao ponto de esta constituir hoje uma ameaça à segurança na via pública. Estes factos são graves em si mesmo, porque revelam igualmente uma prática reiterada na cidade de Lisboa: podas e intervenções negligentes e incompreensivelmente descuidadas que conduzem ao posterior aparecimento de problemas e desequilíbrios de que podem resultar doenças e riscos para a segurança pública, obrigando a posterior abate das árvores em questão.


10. Acresce que os relatórios fitossanitários que agora sustentam este abate não estão publicados e acessíveis aos cidadãos, como é de lei.

11. Há dolo da parte do ICNF que não defendeu, em devido tempo (2015 e agora), o cumprimento da Lei em matéria de classificação de arvoredo e agora não lhe resta outra opção se não a de assinar um atestado de óbito a património que ele mesmo classificou e que tem como obrigação defender.

12. Estranhamente, no mesmo local do abate surge agora um parque infantil pago com o patrocínio de hotéis vizinhos (ver fotografia 2), sendo que as obras estão já adiantadas. Não houve o cuidado em ajustar o plano de construção do parque infantil à pré-existência da árvore classificada. Esta prática, também ela reiterada na cidade de Lisboa, de conceber alterações no espaço público sem prévia consideração pelo arvoredo de grande porte revela-se atentatória do bem comum (sabendo, como sabemos, que árvores adultas têm funções vitais na qualidade de vida das pessoas: no ar que se respira, na regulação de temperaturas e ventos, etc.).

13. Mais estranho se nos afigura quando é mantido, no mesmo jardim, um outro lodão com um índice de inclinação bastante acentuado, sem que isso cause apreensão às entidades envolvidas.

Nestas circunstâncias, cremos estar perante um crime ambiental e de lesa-património com contornos pouco nítidos e de responsabilidades repartidas entre a JF Sto. António, a CML e o ICNF.
Posto isto, apresentamos queixa junto de V. Exa. por, em nosso entender, o ICNF não ter assegurado o cumprimento da Lei em matéria de classificação de arvoredo desde logo em 2015 e novamente agora, chamado igualmente a atenção para a "coincidência" entre este abate de património monumental de todos e a construção do parque infantil patrocinado por hotéis vizinhos ao Jardim.

Na expectativa, aceite os nossos melhores cumprimentos,
A Plataforma em Defesa das Árvores

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Lisboa perde mais uma das suas árvores monumentais

A máquina está bem montada, as juntas fazem os disparates (mas ninguém lhes chama a atenção ou as responsabiliza), passado uns anos as árvores apresentam problemas fitossanitários irreversíveis, confirmados pelos técnicos do Laboratório de Patologia Vegetal “Veríssimo de Almeida”, perante os quais a CML propõe o abate que o ICNF (fraquinho como está) não pode recusar. E pronto, está o espaço livre para alargar estradas, construir garagens, e até fazer parques infantis. Tudo é mais importante do que uma árvore monumental.

Denúncia feita em 2015, de poda desastrosa levada a cabo pela Junta de Freguesia de Santo António.


A mesma árvore hoje com a sua condenação à morte.

domingo, 27 de agosto de 2017

Árvores Veneráveis


Esta alameda de freixos (Fraxinus angustifolia Vahl) situa-se na estrada 246-1, entre Castelo de Vide e Marvão (distrito de Portalegre). Tanto quanto consegui apurar, este conjunto arbóreo está classificado de acordo com o Regulamento do Plano Director Municipal de Marvão, tal como consta da Resolução do Conselho de Ministros n.° 70/94. Estão ainda classificadas como árvores de interesse público desde 24/02/1997 (texto retirado do Blogue "A Sombra Verde")

Algumas árvores merecem o estatuto de Árvores Veneráveis. Tratar com desprezo ou indiferença uma Árvore Venerável é criminoso. Estas árvores são aquelas que não pertencem apenas às gerações de homens que as semeiam, plantam e cuidam, são árvores que pertencem a muitas, muitas gerações, árvores com vidas longas, algumas chegam a viver milhares de anos e isto só é possível se os homens, pelas vidas dos quais elas generosamente passam, as venerarem incondicionalmente.

Isto a propósito de notícias recentes que dão conta de um estudo que recomenda o abate de cerca de 40 dos freixos monumentais no túnel de árvores da estrada de Marvão. Não questionamos a legitimidade das conclusões do estudo, ao qual ainda não tivemos acesso mas que tudo indica ser sério e cuidadoso, nem o diagnóstico desolador que este faz às árvores, mas não aceitamos com facilidade as soluções avançadas. Os especialistas e homens da ciência têm a obrigação de, em coordenação com políticos e cidadãos, inventar soluções desassombradas para o mundo. É difícil, dizem alguns, é perigoso, dizem os cautelosos, pois interdite-se a estrada se é perigoso circular nela, invista-se o tempo, o conhecimento e o esforço, que não foi investido a cuidar convenientemente destas árvores, na procura de soluções que garantam o futuro do que resta deste venerável conjunto de árvores que é único e insubstituível em Portugal.

Houve alguém, que há mais de 100 anos, se deu ao trabalho de escolher cuidadosamente, talvez mesmo semear, esta alameda de freixos, plantou-os, cuidou deles, e partiu com a certeza de que tinha feito algo de útil para as próximas gerações. Com que direito aqueles que herdam a responsabilidade de tratar destas árvores e de as legar às gerações futuras as negligenciaram e deixaram adoecer? E como é que agora perante a decadência de grande parte delas se escolhe preservar a estrada e abater as árvores?

(temos tido conhecimento de inúmeros abates relativamente recentes neste local, o problema não é de hoje: cerca de 30 árvore abatidas em 2012 , notícias de abates em 2008, abate controverso feito pela IP este ano...)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

À vontade do freguês


Poda selvagem e irresponsável ao Plátano do Largo Marquês do Lavradio (Alfama) feita pela Junta de Freguesia de Santa Maria maior. 

Esta é mais uma situação a juntar à mutilação da Bela-Sombra do Limoeiro, dos Jacarandás do Largo do Carmo (a Nascente), das Oliveiras de Santo Estevão e das Laranjeiras da Sé. O património arbóreo da freguesia já é pequeno, por este andar um dia será nulo.

Santa Maria Maior é um exemplo evidente de gestão danosa do arvoredo.



sexta-feira, 28 de julho de 2017

Um Regulamento Municipal do Arvoredo que descartou o seu sujeito: as Árvores!

No passado dia 18 de Julho, a Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou o Regulamento Municipal do Arvoredo (RMA).

Da proposta inicial 799/CM/2015, que deu entrada na AML em 23 de Dezembro de 2015, pouco ou nada resta do espírito normativo que o consagrava. Após mais de um ano e meio retido na AML, eis que prevaleceram as pretensões das Juntas de Freguesia (JF), num desfecho sem a necessária consulta pública.

Se a manta de retalhos na gestão do arvoredo já vinha a evidenciar-se no terreno, consignada pelas sucessivas Delegação de Competências da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para as JF, ficou agora legitimada por um dito "Regulamento" que subverte o próprio carácter intrínseco de uniformização.

As árvores da capital do país passam a ser geridas pela casuística e aleatoriedade de cada autarquia - a CML e 24 JF - e de "quem tenha a competência delegada" (ipsis verbis).

Na Reunião Pública da CML, em 26 de Julho, pela intervenção de Inês Beleza Barreiros, foi detalhada a ineficácia e entropia desta (Des)Regulamentação aprovada em sede da AML, sugerindo-se - com exemplos concretos -, ao Presidente e Vereadores da CML, um imprescindível repensar da reforma administrativa da cidade para com o seu coberto arbóreo.

Vídeo: Reunião Pública da CML 26_07_2017 - Plataforma em Defesa das Árvores (por Inês Beleza Barreiros)

Vídeo: Reunião Pública da CML 26_07_2017 - Plataforma em Defesa das Árvores (respostas Presidente e Vereadores)

Artigo no "Público": https://www.publico.pt/2017/07/27/local/noticia/muita-parra-pouca-uva-regulamento-das-arvores-de-lisboa-fica-adiado-para-o-proximo-mandato-1780455

Querem abater estas 19 árvores!

Tudo é permitido nesta cidade sem leis e sem nenhum respeito pelas árvores. Onde estão os relatórios que atestam o mau estado de saúde de tantas árvores ao mesmo tempo? Onde é que está a sensatez dos homens  que governam Lisboa como se tudo fosse descartável? 






quarta-feira, 19 de julho de 2017

Pedido de Esclarecimento enviado a todos os/as candidatos/as à CML




A Plataforma em Defesa das Árvores enviou cinco perguntas a cada um dos candidatos à CML 
sobre as propostas contidas no programa eleitoral dos partidos pelos quais concorrem 
no que diz respeito às árvores e aos espaços verdes da cidade, 
por forma a que os cidadãos sejam esclarecidos e votem em consciência.


sexta-feira, 23 de junho de 2017

Ainda o abate de árvores na Cidade Universitária:


Onde param os relatórios fitossanitários para cada uma das árvores? Há projecto de paisagismo? Qual? Quem assinou tal coisa? Pois parece que foram 3 oliveiras e não 1 a serem abatidas...

E que pelo menos 1 dos cedros não parece seco ou parece?


E parece que foram pelo menos 2 pinheiros a serem abatidos. Este aqui, coitado, estava a ameaçar transeuntes!

Fotos via frequentador do espaço

Pedido de classificação de IM para tipuanas do Curry Cabral


Fotos de Rui Plácido

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Não! Não nos podemos dar ao luxo de abater árvores para que no seu lugar se estacionem automóveis.

E quando o exemplo parte de uma universidade, o caso torna-se ainda mais grave.



Abate em curso nos terrenos da Cidade Universitária de Lisboa

O alerta recebido hoje na Plataforma: 

"(...) A intervenção estava esta tarde em curso sem que tivesse sido demarcado e assinalado um perímetro de interdição à circulação de transeuntes, pelo que os mesmos (como eu) circulavam debaixo de árvores a que estavam a ser cortadas ramadas de grande porte, com risco de serem apanhados pela queda das mesmas. Apresentei queixa à polícia municipal e mantive-me no terreno impedindo a continuação dos trabalhos até que fosse colocada sinalização que impedisse a circulação de pessoas no perímetro intervencionado. Fui informada por funcionários da reitoria da UL e da FLUL que o abate das árvores faz parte de um projeto para construção de um parque de estacionamento para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Estou chocada e indignada perante mais um atentado contra o arvoredo da cidade. O espaço que irá ser alcatroado é um espaço verde de grande beleza. As árvores são magníficas e saudáveis. "


O pedido de esclarecimento enviado à Reitoria da Universidade: 


Aguardamos esclarecimentos!


sábado, 17 de junho de 2017

APELO À POPULAÇÃO


Se vir que as árvores da sua rua ou praça estão em stress hídrico, sobretudo as mais jovens e recém-plantadas, regue-as você mesmo ou organize uma brigada de rega com os vizinhos pela manhã ou ao final do dia.

Igualmente contacte, através dos canais próprios, as Câmaras e JF para que o façam.

Deixe também recipientes com água na sua varanda, janelas ou mesmo junto às árvores, porque os animais e insectos, nomeadamente as abelhas, também têm sede.

E passe a palavra.

Obrigada.

http://cidadanialx.blogspot.pt/2017/06/segunda-onda-de-calor-de-junho-2017-e.html



sexta-feira, 26 de maio de 2017

Despacho por causa da árvore abatida em frente à CML (Campo Grande)


É a resposta do Vereador Manuel Salgado aos seus próprios serviços por causa do caso do abate da árvore no Campo Grande em frente à CML, que teria sido evitado se o gabinete e os serviços se tivessem articulado, depois da promessa feita de que a árvore era para manter. Assim chega tarde, mas previne outras situações. Pela minha parte, OBRIGADO!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

É inaceitável!



A empresa Sequóia Verde ao serviço da junta de Freguesia das Av. Novas está a podar os Jacarandás da Av. 5 de Outubro em plena época de floração.

Roubam-nos a Primavera.

COMO PROCEDER EM CASO DE ABATE DE ÁRVORES NA SUA RUA, PRAÇA OU JARDIM

Jardim Cesário Verde, Lisboa, 2015 
Abate ilegal de árvores de grande porte saudáveis que poderia ter sido evitado



Segundo o Despacho 60/P/2012 da CML, "o abate de árvores pode resultar de necessidade fitossanitária ou risco grave para a segurança por falta de resistência mecânica, determinadas por técnico competente, ou excepcionalmente, mediante autorização do Presidente da Câmara".

1. As árvores não podem ser abatidas sem relatório fitossanitário e sem aviso prévio aos moradores da zona com, pelo menos, duas semanas de antecedência. Qualquer abate conduzido sem estes dois procedimentos, é ILEGAL. Por isso, primeiramente, verifique a existência efectiva de:

a) Aviso prévio na(s) árvore(s) em causa ou nas caixas do correio da vizinhança;

b) Relatórios fitossanitários, que são públicos e, portanto, de livre-acesso. Esses relatórios estão, normalmente, no site da CML (http://www.cm-lisboa.pt/viver/ambiente/intervencoes-arvoredo/a-decorrer) e/ou nas instalações da Junta de Freguesia da zona, que deverá dar acesso, sem restrições, aos mesmos ou colocá-los em lugar visível (em placards nas instalações da JF e/ou no seu próprio site).

2. Quem contactar para saber mais informações, denunciar uma situação irregular ou ilegal ou mesmo questionar sobre a justeza e necessidade de um abate legal? Conforme o caso e as circunstâncias, poderá e deverá contactar:

a) A Junta de Freguesia da zona;

b) O Gabinete do Vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, se se tratar de espaços verdes da responsabilidade da CML (jose.sa.fernandes@cm-lisboa.pt) ou o Gabinete do Vereador do Urbanismo, Ricardo veludo, se se tratar de obras no espaço público, nomeadamente no âmbito do programa Uma Praça em Cada Bairro (ver.ricardo.veludo@cm-lisboa.pt). Em ambos os casos com CC para a Direcção Municipal da Estrutura Verde: dmevae.dev.dpgmev@cm-lisboa.pt ;

c) Em casos que o justifiquem, pela sua gravidade e extensão, pode mesmo apelar à acção do Presidente Fernando Medina (gap.expediente@cm-lisboa.pt);

d) Pode ainda participar da situação no site Na Minha Rua (https://naminharualx.cm-lisboa.pt/) e/ou através dos números 808 20 32 32 e 218 17 05 52 (das 8h às 20h, de 2.ª a sábado).

3. Em caso de não resposta destas entidades e/ou atempadamente, resultando em prejuízo das árvores, sobretudo se não tiverem sido respeitados os procedimentos de aviso prévio e de relatórios fitossanitários, poderá apresentar a sua queixa junto do Provedor de Justiça, Maria Lúcia Amaral (provedor@provedor-jus.pt), para que actue em conformidade. 

4. Mobilização no local dos abates é crucial. Os casos de sucesso de salvaguarda de árvores condenadas - inclusive daqueles casos que cumprem a lei mas que dela fazem mau uso, sendo claramente abusivos e desnecessários - devem-se sobretudo à mobilização dos moradores e cidadãos (às vezes basta a indignação de uma só pessoa!). Cidadãos que, chamando a atenção para a sua ligação afectiva com determinadas árvores, a sua história e a sua importância no quotidiano de certa rua, certo largo, certo jardim, conseguem fazer-se ouvir junto da CML. 

A Plataforma em Defesa das Árvores apoia, na medida das suas capacidades, a mobilização de qualquer cidadão ou conjunto de cidadãos na salvaguarda do património arbóreo de todos. Pode contactar-nos através do e-mail: emdefesadasarvores@gmail.com.

Consulte também o Regulamento Municipal do Arvoredohttps://dre.pt/home/-/dre/114290144/details/maximized




quinta-feira, 18 de maio de 2017

Pré-anúncio de abate na Av. Ceuta / R. Oliveira Miguens


«Boa tarde
Tomei conhecimento que pretendem abater 3 enormes árvores na Av. Ceuta/Rua João de Oliveira Miguens
Não sabia a quem recorrer para tentar evitar este massacre...
Em anexo seguem fotos das mesmas. (imagens de Fevereiro...) neste momento as árvores estão cheias de folhagem.
Paulo Palma»

terça-feira, 2 de maio de 2017

E as árvores é que pagam



Os factos estão à vista de todos e resistem a qualquer desmentido oficial: não há árvore de arruamento ou alinhamento em Lisboa que esteja 100% segura de que não irá ser mutilada a prazo ou, na pior das hipóteses (probabilidade cada vez mais comum, infelizmente, até em jardins públicos e históricos), abatida.

No passado, antes da célebre transferência de competências da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para as juntas de freguesia, a acompanhar a chamada "reforma administrativa" da nossa ainda bela cidade, e se pusermos de lado as megaempreitadas de abate e substituição de arvoredo de fruto do já então e agora sempre em voga "paisagismo de autor" (vejam-se os já distantes arboricídios do Palácio Sottomayor ou em volta da praça de touros do Campo Pequeno) e os jardins a cargo de entidades públicas mas entregues à bicharada, a verdade é que as podas e os abates de árvores de médio e grande porte nunca atingiram tamanha dimensão e intensidade como agora.

Para quem autoriza e promove esta avalancha de motosserras em rédea solta por entre o arvoredo da cidade, a razão prende-se "rigorosamente" com o assegurar da segurança de pessoas e bens, e no zelar pela saúde das árvores da cidade. Como se só agora é que houvesse temporais e acidentes, ou como se só de há um punhado de anos a esta parte as árvores de Lisboa tenham ficado doentes e quase todas incuráveis. Pergunta-se: Lisboa não tem direito a ter árvores de médio e grande porte? Não somos como os outros? Só as nossas árvores é que caem com os temporais? Só as nossas árvores é que adoecem? Só cá é que não as tratam? E só cá é que há alérgicos e caem folhinhas e flores sobre os capôs dos automóveis?

A "febre do lenhador" tomou temperaturas tão elevadas, que o anterior presidente da CML teve de intervir no seguimento da intervenção desastrada da câmara no Príncipe Real, em 2008. Por despacho, obrigou a que todas as podas e todos os abates fossem precedidos de aviso público, afixado no local e nas caixas de correio dos moradores. Mais, que cada árvore a intervencionar teria o seu relatório fitossanitário, atestando a patologia e a justificação da cura ou do abate. Escusado será dizer que foi cumprido apenas a espaços, mas as coisas acalmaram, por algum tempo.

Até que, quiçá pelo arranque de obras de requalificação em muito do espaço público desta cidade (umas evidentemente necessárias e de aplaudir, outras nem tanto), surgiu novo despacho, do actual presidente da CML, em certa medida confuso e contraditório com o anterior despacho. Ao mesmo tempo, o Regulamento Municipal do Arvoredo, o tão esperado e requerido por quase todos que se importam com árvores, saiu da gaveta e lá viu ser aprovado o seu texto final, que não sendo a panaceia para todos os males ajuda à retenção na fonte: as práticas passam a ter regras e determinações, acaba-se a arbitrariedade e a balbúrdia.

Só que se esqueceram das juntas de freguesia e das suas novas (in)competências. Como tal, o regulamento está preso na Assembleia Municipal de Lisboa, onde têm assento por inerência os representantes das juntas, vai para ano e meio, preso, portanto, nas teias de aranha do antigo Cinema Roma e do rocambolesco respectivo. E dali parece não sair, com tudo o que isso representa de nefasto para a cidade, pelo vazio legal que proporciona e que muitos aproveitam, como se vê.

Ou seja, a CML até há pouco tempo coibia-se das podas drásticas e dos abates injustificados, impedida muitas vezes pelos pareceres dos próprios serviços e nos diagnósticos do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, do Instituto Superior de Agronomia, com quem a CML tem protocolo (que devia ser reforçado em verba e efectivos).

Mas desde a reforma administrativa que as juntas de freguesia, seja por não terem técnicos especializados (apenas os que a CML lhes passou em "pacote") seja por não conseguirem a imunidade desejável aos "lenhadores", desataram a distribuir-lhes ajustes directos a um ritmo frenético, sucedendo-se as empreitadas até anualmente (pobres árvores), inclusive com firmas que mudam de nome de Espanha para Portugal, e outras que não só aconselham os abates como promovem o seu abate e, pasme-se, a replantação de novas árvores. É o desplante total e a desgraça das nossas árvores.

Dirão os mais perspicazes, e com razão, que a razão de fundo para esta hecatombe das árvores de médio e grande porte é uma e só uma: a CML tem poucos jardineiros e continua a não fazer da Escola de Jardinagem uma escola a sério, que não a existente que mais parece um "querido, vou fazer jardinagem". É que as empresas simplesmente não sobrevivem se não tiverem empreitadas todos os meses. Assim, o circo está montado.

Não dá para entender como a CML não fez já da Escola de Jardinagem uma causa de mandato. Não dá para entender como todos os valentes que trabalham nos espaços verdes da CML, nos múltiplos jardins à sua guarda competente, confessam em surdina o seu desalento pelo futuro negro que se avizinha, mal os ainda dotados se reformem. Não dá para entender como quem de direito não os ouve. Nem em ano eleitoral?


Paulo Ferrero