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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Mutilação de árvore classificada de Interesse Público



 Fotografias de Monica de Almeida Casqueira

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Dr. Fernando Medina
Exma. Sra. Presidente da Junta de Freguesia de Arroios
Dra. Margarida Martins
Conforme poderão V. Exas. constatar pela foto que segue junto (da autoria de Mónica Almeida), e ao que nos acabam de informar moradores no local, foi recentemente podada de forma verdadeiramente escandalosa a bela-sombra junto à Igreja dos Anjos, árvore que está classificada de Interesse Público (http://www2.icnf.pt/portal/florestas/ArvoresFicha?Processo=AIP11065605I&Concelho=&Freguesia=&Distrito=)!
Julgávamos que, após os sucessivos alertas e denúncias sobre más práticas do passado, feitos não só desde que esta Plataforma foi criada, como durante algumas décadas até então, alertas e denúncias que terão contribuído para, finalmente, existir um Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa; assistir-se a uma barbárie como a presente seria impossível de acontecer em Lisboa, contudo aconteceu.
Serve o presente para apresentarmos o nosso protesto veemente, e para solicitar a V. Exas. que punam exemplarmente os responsáveis por este acto a todos os títulos deplorável, ilegal (se se confirmar a não autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) e indigno do Pelouro dos Espaços Verdes da CML e/ou dessa Junta de Freguesia, no caso de ter havido autorização da vossa parte.
Iremos solicitar esclarecimentos ao ICNF e apresentar queixa ao Ministério Público.


...

Esclarecimento da JF Arroios - Quebra de pernada na madrugada de 12 para 13:

Exmos. Srs.

No seguimento da exposição abaixo, e por incumbência da Sra. Presidente Margarida Martins, cumpre apresentar o esclarecimento que se segue.
Na madrugada de dia 12 para dia 13 de agosto, um exemplar de Phytolacca, com um grande porte e classificada, que se encontra junto à Igreja dos Anjos, quebrou uma pernada como demonstrado no registo fotográfico que se junta.
A queda dessa pernada provocou bastantes estragos, em cerca de 40% da copa desta árvore, ficando a mesma bastante danificada.
Assim, contactada a nossa empresa de manutenção de Espaços Verdes, procederam-se às intervenções que natureza mais urgente, sendo que durante o dia 13 e 14 realizou-se limpeza dos ramos partidos e esgalhados, que se encontravam no chão e pendurados, pelo que a intervenção realizada se limitou estritamente à zona que tinha danos resultantes da já referida quebra de pernada, tratando-se pois de um exemplar com um grande valor patrimonial.
A operação de reequilíbrio de copa será realizada em articulação e com a presença de técnicos do ICNF.

Gratos pela atenção e ao dispor.
Cumprimentos,
Junta de Freguesia de Arroios
Cláudia Santos
Divisão de Ambiente Urbano e Desenvolvimento Local

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Destruição de património arbóreo por incompatibilidade com proposta de arquitectura


Estamos cansados de dizer que os projectos de arquitectura e paisagismo que, como este que se pretende fazer no Palacete Leitão em Lisboa, nos prometem "requalificação", "respeito pela identidade do jardim original", "promover a utilização de materiais de carácter naturalizado/antigo"; não podem, de forma totalmente incoerente, desrespeitar o património natural existente. 

Estas são apenas algumas das árvores notáveis que se pretendem abater no local.

E mais abaixo o protesto enviado aos responsáveis pela aprovação do projecto.

Exmo. Senhor Presidente Dr. Fernando Medina
Exmo. Senhor Vereador Manuel Salgado
Exmo. Senhor Vereador José Sá Fernandes


Apresentamos a V. Exas. o nosso repúdio por aquilo que consideramos ser mais um atentado ao património arbóreo da cidade em nome de um projecto de arquitectura e de “paisagismo” que, incoerentemente, pretende qualificar e respeitar um local de valor e beleza assinaláveis.

Referirmo-nos ao Palacete Leitão, sito na Rua Marquês de Fronteira, nº 14-16, e ao pedido de informação prévia nº 1422/EDI/”2018, cuja concretização implicará o abate dos mais antigos e importantes exemplares arbóreos existentes no local, a saber um dragoeiro monumental, um freixo e um cipreste notáveis, e alguns jacarandás e castanheiros da Índia de porte considerável. É de lamentar, aliás, a argumentação utilizada pelo autor do projecto, que ao referir-se bastas vezes ao facto de as árvores a abater o terem de ser por força de não se enquadrarem no projecto de arquitectura, como ao “acenar” com a manutenção de várias espécies, a maior parte delas sem a importância ou porte das que se pretende abater.

Mais uma vez os serviços da CML parecem dispostos a aprovar projectos de arquitectura e de paisagismo em que o património arbóreo é totalmente ignorado e delapidado, voltando a forçar que as pré-existências se adaptem aos projectos e não que estes se adaptem, respeitem e integrem aquelas; uma prática já por nós criticada por várias vezes (ex. a intervenção no vizinho Palacete Mendonça, Avenida Fontes Pereira de Melo, Torre de Picoas, várias obras no âmbito do programa "Uma Praça em cada Bairro", etc...  ).

Não podemos deixar de lamentar essa prática continuada, e de aqui fazermos o nosso apelo para que seja reavaliado o projecto em apreço, no sentido de preservar os exemplares arbóreos acima apontados e cujo pedido para abate se anexa a este mail, e que assim se inverta a má-prática já referida.

Com os melhores cumprimentos
A Plataforma em Defesa das Árvores