À luz do que tem surgido na comunicação social sobre a Plataforma em Defesa das Árvores, achamos que convém esclarecer cabalmente os seguintes pontos, bem como realçar outros que nos parecem essenciais para a gestão correcta do património arbóreo da cidade de Lisboa:
A Plataforma como a sua designação indica, congrega cidadãos a título individual, associações e movimentos, não é uma associação de activistas.
A nossa acção centra-se sobretudo no acompanhamento rigoroso do executivo camarário, bem como no impacto da descentralização de competências em matéria de manutenção e tratamento dos espaços verdes da cidade.
Queremos constituirmo-nos como uma força de diálogo e nunca como um trampolim para eventuais bloqueios.
O que defendemos, é assim, bem mais vasto do que aquilo que pode ser visto como um bem intencionado activismo ditado mais por circunstâncias do momento, do que por uma lógica de continuidade. O que desejamos inscreve se numa gestão sustentável das árvores de Lisboa o que, por seu turno, implica uma constante atenção e acompanhamento do que é feito no terreno.
É, por outro lado, nossa firme convicção de que só uma relação transparente entre as instâncias chamadas a gerir a cidade e as forças que nela residem, pode constituir a base para que se crie um ambiente de plena confiança recíproca, pautada pelo quadro normativo em vigor.
Assim, parece-nos estranho:
Que a Câmara Municipal de Lisboa tenha até agora evitado dar informação sobre projectos, abates, operações de poda, relatórios fitosanitários e linhas futuras de acção, refugiando-se quase sempre em números de novos plantios e raramente na manutenção dos conjuntos ou exemplares existentes.
Que no que diz respeito ao projecto do Eixo Central haja uma diferença grave entre o que está no papel e aquilo que acontece no terreno.
Que até à data, e não obstante os vários pedidos dirigidos à CML para cabal esclarecimento dos abates ocorridos na Av. Fontes Pereira de Melo, a autarquia nada nos tenha dito, remetendo explicações para a arena pública da comunicação social numa lamentável e grosseira tentativa de colocar à margem a Plataforma.
Que todos os pedidos de classificação municipal feitos pela Plataforma tenham até à data sido ignorados e que o futuro Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa esteja, inexplicavelmente, bloqueado na AML numa guerra de protagonismos vários tão falha de sentido como prejudicial para o interesse geral da cidade de Lisboa. Afinal, objectivo último de quem é eleito e de quem é chamado a gerir a coisa pública.
Por fim, reiteramos a nossa total disponibilidade para colaborar com a CML e com as Juntas de Freguesia na real e eficaz gestão do arvoredo da cidade de Lisboa. Não abriremos, contudo, mão da nossa voz crítica cada vez que em nome de interesses contestáveis o património que é de todos seja posto em causa.
Porque defender as árvores é também defender as pessoas.
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