O projecto de reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes em Lisboa, empreitada a cargo da empresa Ramalho Rosa Cobetar, contempla a remodelação do espaço exterior ao edifício, ou seja de parte significativa de um dos mais importantes e históricos parques públicos de Lisboa. Neste contexto será construída uma nova escadaria, em pedra, de acesso à alameda central do Parque Eduardo VII. A rigidez de traçado desta escadaria desvirtua o projecto original do parque, da autoria do Arquitecto Keil do Amaral, em que os caminhos de acesso ao pavilhão eram feitos de forma muito mais orgânica e simples com um traçado sinuoso que desta forma suprimia naturalmente o declive existente no local.
Para além disso esta escadaria está a ser aberta precisamente no local onde existem dois pinheiros mansos monumentais com muitas dezenas de anos e que em consequência das obras que estão já a decorrer mostram sinais estar irreparavelmente lesados.
Que cidade é esta em que se delega o espaço público aos interesses privados sem acautelar a sua história e o seu património? Que cidade é esta em que uma escadaria pretensiosa vale mais do que dois generosos pinheiros mansos?
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